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Palestra 2

“Manguezais e Marismas e as Mudanças Climáticas: a Atuação da ReBentos”

Ministrante: Yara Schaeffer-Novelli - Professor Sênior, Universidade de São Paulo. Membro fundador do Instituto BiomaBrasil

Resumo da palestra:

Protocolos para o monitoramento: Imprescindível a utilização de técnicas similares, de forma a permitir comparações entre os resultados obtidos ao longo do tempo e em diferentes localidades ao longo da costa, onde quer que ocorram manguezais (e marismas). Predições de respostas e interpretação de diagnósticos atuais de um manguezal (marisma) não podem ser analisadas independentemente dos fatores que as afetam, podendo variar muito sob uma perspectiva local, uma vez que as estruturas do ecossistema e a zonação da cobertura vegetal não são uniformes. A capacidade de manguezais se adaptarem, e até de sobreviverem a despeito de alterações do nível médio relativo do mar e demais alterações do clima, não depende somente das propriedades individuais das espécies vegetais ou do bosque de mangue, mas dos processos que operam ao nível da paisagem e a escalas regionais, no espaço e no tempo.

Palestra 5

"Acidificação dos Oceanos”

Ministrante: Prof Dr Rodrigo Brasil Choueri (UNIFESP-BS)

Resumo da palestra:

â€‹É amplamente reconhecido que as mudanças ambientais experimentadas no Antropoceno vêm pressionando a capacidade de resiliência dos ecossistemas marinhos. Devido ao incremento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera e, consequentemente, nas águas oceânicas, o pH das águas superficiais oceânicas diminuíram em 0.1 unidade desde o início da era industrial. Isso corresponde a um aumento de 26% na concentração de íons de hidrogênio em solução. Os impactos desta mudança ambiental sobre organismos calcificadores são particularmente bem estudados, sendo amplamente relatados efeitos como a redução nas taxas de calcificação e crescimento em condições experimentais de altas concentrações de dióxido de carbono. Contudo, ainda existem hiatos importantes de conhecimento que devem ser preenchidos. Serão discutidos em quais aspectos é importante dedicar esforços de pesquisa para se estabelecer previsões sobre o que poderá acontecer a espécies, populações, comunidades e ecossistemas no futuro, e como este conhecimento pode orientar medidas de gestão a ser deflagradas o quanto antes.

Palestra 7

"O Aquecimento Global: o Dilúvio Universal, Freud, Keynes, as Pescarias Mundiais e a Ecofilosofia”

Ministrante: Prof Dr Miguel Petrere (UFSCAR-Sorocaba)

Resumo da palestra:

Esta palestra trata da relação entre o aquecimento global e cultura numa análise interdisciplinar. O fundamento advém das contribuições de Freud e outros pensadores da cultura, a qual pode ser determinante para a degradação ambiental, levando à nossa auto-destruição. Finalmente o conceito tradicional de conservação biológica da natureza é questionada.

Palestra 6

"Aquecimento global: impactos ambientais e possibilidades de adaptaçã”

Ministrante: Prof Dr Marcos S. Buckeridge (IB-USP)

Resumo da palestra:
 

    Nosso planeta está sujeito a mudanças climáticas crônicas, que derivam da forma com ele se comporta em relação ao sol. Por provocarem variações periódicas importantes no clima, estes ciclos determinam os padrões de biodiversidade do planeta. A cerca de 10 mil anos, quando o homem passou a usar práticas agrícolas, uma nova força passou a exercer influência sobre o clima da Terra. Este período marca o início da era do Antropoceno, que apresenta emissões anormais de gases do efeito estufa (GEE) para a atmosfera e vem aquecendo o planeta e alterando seu clima. Este “efeito sapiens” se intensificou a partir da revolução industrial, que em meados do século IX impulsionou drasticamente as emissões de GEE, levando o planeta a se aproximar de um marco de transição de equilíbrio que, segundo as previsões do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ameaçam a estabilidade da civilização. Neste momento, o planeta se encontra em um momento crucial de tomada de decisão coletiva sobre como lidar com os efeitos Mudanças Climáticas. Já temos um aumento médio de 1oC no planeta e previsões científicas indicam que se continuarmos emitindo GEE nas mesmas taxas de hoje, passaremos de 1,5oC por volta de 2030. A passagem por este marco indica que eventos extremos de temperaturas locais, precipitação e seca e também de eventos mais drásticos como tempestades tropicais, tornados e furacões mais fortes deverão afetar de forma cada vez mais intensa as populações mais pobres do planeta.

    Paralelamente às Mudanças Climáticas, a tendência de aumento populacional no planeta indica que até 2040 teremos que dobrar a produção de alimentos para manter a população mundial em estágio similar ao atual. Porém, há sérias barreiras para isto. O planeta já não comporta tanta terra agricultável. Além disto, a tendência deveria ser de diminuir a desigualdade, o que, se acontecer, irá incluir um grande número de habitantes como consumidores de alimentos nos padrões ocidentais. Ao mesmo tempo, efeitos drásticos sobre as florestas, como a Amazônia, são esperados, o que tende a piorar ainda mais a situação climática, já que as florestas são importantes no equilíbrio do clima em todo o planeta.

    Caso passemos do ponto de não retorno, acima da faixa de 1,5-2oC - o que se tornará irreversível neste século, dependendo das escolhas que fizermos em conjunto no planeta - a humanidade terá que lançar mão de tecnologias de Geoengenharia. Estas são medidas extremas em que estratégias como alterações em toda a atmosfera através da injeção de material particulado na troposfera para diminuir a iluminação e a temperatura, branqueamento de nuvens para refletir a luz do sol, fertilização do mar com ferro para evitar um colapso da biodiversidade marinha e o uso de técnicas de biologia molecular em larga escala para alterar as respostas de plantas e animais para tentar evitar o colapso da biodiversidade terrestre, reengenharia de plantas agrícolas para manter a produção e evitar a perda de qualidade dos alimentos, passarão a ser essenciais. Sem estas estratégias drásticas, os sistemas socioeconômicos que conhecemos poderão parar de funcionar para suportar a população da terra.

    Nesta palestra, discorrerei sobre o estado atual de conhecimento sobre as Mudanças Climáticas Globais e com um enfoque maior no Brasil, discutirei os impactos esperados e as possíveis soluções usando ferramentas da biologia. Estas incluem as modernas técnicas de biologia molecular que permitirão a reengenharia de plantas para a agricultura e até de plantas nativas para tentar amenizar efeitos sobre a biodiversidade. Apesar de serem soluções extremas, o desenvolvimento e as aplicações destas técnicas são também oportunidades para inserir o Brasil no rol de países detentores da biotecnologia do futuro.

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